Kaivai - Pfifficus Spiele




Um jogo de Ansel Ostertag e Helge Ostertag, para 3 a 4 jogadores, a partir dos 12 anos.

Objetivo do Jogo
Kaivai é um jogo de gestão de recursos e planeamento de ações. Durante o jogo, o jogador realiza várias ações para obter peixe, pontos de glória e outros benefícios. Para ter sucesso neste jogo é necessário ter uma visão global do desenvolvimento do mesmo e estar a par das pontuações dos adversários, assim como do número de ações que lhes estão disponíveis. A mecânica particular deste jogo é que para se obter o dinheiro necessário, é necessário “oferecer” pontos de glória ao adversário.

Conteúdo
  • 1 Tabuleiro
  • 4 Painéis de Jogador
  • 4 x 15 Peças de Cabana (4 cores)
  • 4 x 6 Canoas (4 cores)
  • 4 x 6 Pescadores (4 cores)
  • 12 Hexágonos de Culto
  • 52 Peixes/Conchas
  • 25 Marcadores de Influência
  • 1 Deus dos Pescadores
  • 4 Dados


Preparação
Cada jogador escolhe uma cor e recebe os correspondentes painel de jogador, 15 peças de cabana, 6 canoas e 6 pescadores (peças) dessa cor. Também recebe um capital inicial de 3 conchas, 3 peixes e 3 marcadores de influência.
Os marcadores de concha são colocados no espaço 5 do trilho de número do painel do jogador. Os marcadores de peixe são colocados no espaço 4 do trilho de número do painel do jogador. Marcadores de influência podem ser mantidos escondidos.
Os jogadores colocam uma canoa no espaço inicial do trilho da glória (entre 39 e 1) e colocam outra canoa no espaço inicial da régua de aumento de movimento (Zugweite aufwerten).
E finalmente, colocam um pescador no espaço inicial da régua de licitação no seu painel de jogador.


Nota: As Conchas são usadas como moeda. No final de cada ronda o dinheiro de concha perde valor. Precisas de dinheiro de concha para construir as tuas cabanas.
Os Peixes são mercadorias. Precisas de canoas e pescadores para adquirir mais peixe. Se entregares peixe ganhas dinheiro de concha ou pontos de glória.
Os Marcadores de Influência permitem-te realizar uma ação já realizada por outro jogador. Recebes novos marcadores de influência quando o deus dos pescadores é colocado numa ilha-vila onde tens uma cabana de reunião.
Seis hexágonos de culto estão impressos no tabuleiro. Estes são as bases de onde as ilhas-vila se vão desenvolver. Coloca duas bases ilha-vila adicionais no tabuleiro. Cada uma destas bases adicionais consiste de dois hexágonos de cultos adjacentes. As peças de hexágono de culto devem ser colocadas num hexágono de água (azul). Mantém pelo menos três hexágonos de água entre os hexágonos de culto de uma ilha-vila adicional e qualquer outra ilha-vila.

Jogar o Jogo
O Kaivai é jogado em 8 rondas. Após 8 rondas o jogo acaba com a contagem de pontos de cabana final (2 pontos de glória por cabana construída que possuas no final do jogo) e a contagem de pontos de ilha-vila (1 ponto de glória por hexágono de culto em cada ilha-vila onde tens maioria de posses no final do jogo).

1.) Definir a Ordem de Turno (licitação)


No início de cada ronda, todos os jogadores licitam entre 1 e 10. As suas licitações determinam três coisas: ordem dos turnos – os turnos são realizados de ordem descendente da maior licitação para a mais baixa, os custos de construção (Baukosten) para cabanas e a distância que as canoas se podem mover (Zugweite). O licitador mais baixo move o deus dos pescadores.

2.) Mover o deus dos pescadores
 O licitador mais baixo move o deus dos pescadores desde a ilha-vila onde se encontra para outra ilha-vila. A ilha-vila é aumentada em 1 hexágono de culto e os jogadores recebem um marcador de influência do armazenamento por cada uma das suas cabanas de reunião nessa ilha-vila. O deus dos pescadores também traz benefícios quando um jogador realiza uma ação de pesca nesta ilha-vila.

3.) Realizar ações
 O maior licitador é o primeiro a escolher uma ação e a realizá-la uma vez com cada uma das suas canoas (Nota: apenas quando é uma ação com canoa!). Cada jogador joga por ordem descendente da licitação. A fase de realização de ações continua pelos turnos dos jogadores até que nenhum jogador possa ou queira realizar mais ações. Existem seis ações diferentes: construir (Bauen), pescar (Fischen), entregar peixe (Verkaufen), mover (Bewegen), celebrar (Feiern) e aumentar movimento (Zugweite Aufwerten). Realizar uma ação custa influência. Se a ação que o jogador escolheu não tem marcadores de influência no seu espaço, o jogador pega num marcador do armazenamento e coloca-o nessa ação. De outra forma, o jogador deve colocar tantos dos seus marcadores de influência no espaço de ação quantos existirem lá.

4.) Perda de Valor
Na fase final de uma ronda, os jogadores movem todas as suas conchas e peixes no seu trilho de número no painel de jogador um espaço para a esquerda. Dinheiro de concha perde valor e o peixe perde a frescura.


Análise ao Jogo
GERAL
Kaivai, numa primeira impressão, não parece um jogo muito cativante. Isto pode talvez dever-se à apresentação ou temática do mesmo. No entanto, após alguns jogos revela-se uma experiência gratificante, muito em parte devido à sua mecânica de venda de mercadoria que força os jogadores a pensar com bastante antecedência.
ABRIR A CAIXA
Antes sequer de abrir a caixa, temos de apontar o tamanho monstruoso da mesma. Como as caixas grandes são sempre uma complicação para arrumar, pelo menos o interior da mesma poderia compensar, infelizmente, como já seria de prever, não é o caso do Kaivai. O interior da caixa tem apenas uma divisória de cartão e, pronto, é isso, o uso de saquinhos de plástico recomenda-se, principalmente porque os componentes vêm em várias cores e são mais fáceis de arrumar assim. Considerámos que as dimensões do tabuleiro são exageradas e que o mesmo podia ser dividido em 4 secções desdobráveis (tamanho de uma folha A4) ao invés de 2 (tamanho de folha A3). Isto faria a caixa bastante mais pequena e fácil de acomodar e, dado o número de componentes do jogo, não entendemos porque tal decisão não foi tomada. Secções para dividir os componentes também teriam sido uma boa aposta.
FACILIDADE DE MONTAGEM
Kaivai é um jogo de fácil preparação. Depois de aberto o tabuleiro, separam-se os componentes por cores, pelos jogadores. Os marcadores pequenos são colocados no tabuleiro e, após alguns pequenos passos para o jogo inicial, está pronto a jogar. Um jogo que se apresenta fácil de preparar é sempre uma mais-valia, muitos jogadores não têm paciência para sequências de montagem demoradas, e nisso o Kaivai redime-se.
COMPONENTES
Em termos de qualidade dos seus componentes, não há grandes críticas a fazer. As peças de cartão aparentam ser resistentes, o tabuleiro não se estraga facilmente, podendo ser dobrado repetidamente sem ganhar os desapontantes vincos brancos e as peças, embora os modelos básicos de madeira, são ilustrativas e fazem o que lhes é pedido. Gostamos particularmente do corte dos hexágonos, estes não têm arestas afiadas e encaixam perfeitamente no tabuleiro. Gostávamos de ver outros modelos para os pescadores e para as canoas, algo mais trabalhado e menos banal, contudo, a falta destes caprichos não prejudica a experiência.
ASPETO/GRAFISMO
No que diz respeito ao grafismo e aspeto geral, Kaivai traz-nos sentimentos confusos. O que faltou de imaginação na capa da caixa mostra-se no tabuleiro, os hexágonos das cabanas podiam ter uma ilustração mais notável e de fácil identificação (o anel preto, quando coberto pelos peixes, é praticamente inútil) e podia ter havido um maior cuidado na escolha da quarta cor, o azul, dado que o cenário do tabuleiro é…água. Notou-se um certo cuidado, particularmente nas ilustrações dos peixes e das conchas, com vários desenhos para não tornar a experiência banal. Outro aspeto positivo que temos de apontar é a organização simplicista e cuidada do painel de jogador, essencial para que o jogo se torne menos confuso.
JOGABILIDADE
Essencialmente, Kaivai é um jogo de gestão económica com alguma estratégia de colocação de blocos. Permite ao jogador ter várias atitudes, desde passiva a agressiva, embora a última seja bastante penalizada, mas uma colocação inteligente das cabanas e hexágonos de culto facilmente complica a vida aos adversários. Neste jogo somos forçados a “pensar à frente” constantemente, planeando as ações da próxima jogadas em função dos marcadores de influência, tanto nossos como dos adversários. Temos várias ações à nosso disposição, e a escolha das mesmas, seja para nosso proveito ou para prejudicar os adversários é essencial. No entanto, a mecânica mais notável é sem dúvida a de pesca e entrega de peixes. Para ganharmos pontos de glória, precisamos de entregar peixes nas nossas cabanas, mas, para obtermos dinheiro, precisamos de os entregar nas cabanas dos nossos adversários, consequentemente, nós obtemos conchas e o adversário em questão recebe pontos de glória, após celebrar. Também ao celebrarmos temos de ter em conta o número de peixes na ilha-vila, nossos e dos adversários, em cada jogada temos de ter atenção que o dinheiro desvaloriza e o peixe vai perdendo qualidade e que os marcadores de influência são raros e dependem muito da nossa vontade de deixar o adversário ter a primeira ação.
COMPLEXIDADE DAS REGRAS
Kaivai é um jogo simples, no entanto é aconselhável uma leitura das regras cuidada, alguns pormenores importantes não surgem nas secções devidas. Apontámos a falta de uma tabela de referência para as várias ações, embora os espaços das mesmas sejam autoexplicativos, considerámos que um suplemento ao painel do jogador ajudava o processo.
REJOGABILIDADE
Infelizmente, jogar o Kaivai uma ou dez vezes será sempre a mesma experiência. O jogo tem uma pequena variante mas nada que altere o jogo original. Também achámos que uma vez definida a abordagem do jogador ao jogo, dificilmente o mesmo conseguirá ir por outro caminho, tornando-se uma mera competição de estratégias.
TEMÁTICA
As mecânicas do jogo combinam na perfeição com a temática polinésia. Poderia no entanto ter havido uma maior tentativa de transportar o jogador para o contexto, Kaivai acaba por não ter elementos com que o mesmo se identifique.
CONCLUSÃO
Mesmo apresentando algumas falhas, Kaivai é um jogo bem apresentado e que proporciona várias horas de competição. A aprendizagem do mesmo é rápida e é um bom jogo para passar o tempo, mas não mais que isso.

Tema/Objectivo









5
Mecânica/Regras









7
Componentes/Artwork









6
Jogabilidade/Interacção









7
Estratégia/Dificuldade









8
Duração/Diversão









6
Originalidade/Criatividade









6
Preparação/Começar a jogar









7
Caixa do jogo/Apresentação









5
Preço/Vale o Dinheiro









6
Apreciação Global6,3


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Paulo Santos
Diogo Silva
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Paulo Santos

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